Enfrentar o capitalismo agressivo
Teses aprovadas na XI Assembleia da Esquerda Alternativa | PDF | Direção
Enfrentar o capitalismo agressivo
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10 anos de lutas com classe
10 anos de Esquerda Alternativa, a tendência verde e vermelha
1. A 29 de março de 2014 decorreu a Assembleia fundadora da Esquerda Alternativa. A afirmação do Bloco de Esquerda como socialista, feminista, ecologista, popular faz parte da nossa luta. Afirmar a democracia no partido contra o autoritarismo, a pluralidade contra o monolitismo, são preocupações permanentes assentes numa cultura de compromisso. Temos consciência das diferenças estratégicas no seio do Bloco, desvalorizadas para concentrar forças na intervenção política imediata do partido, e sabemos como a existência de leituras diferentes sobre a finalidade da nossa ação coletiva é elemento de valorização e afirmação da esquerda progressista. No cumprimento da nossa tarefa coletiva, ao longo de uma década, interviemos no Bloco e nos movimentos sociais, organizamos formações e debatemos ideias transformadoras. Produzimos documentos onde caracterizamos a luta contra a austeridade como determinante da luta política e social e estabelecemos as coordenadas do nosso pensamento e da nossa ação como tendência e como Bloco de Esquerda1, situamos a intervenção bloquista no contexto do Governo minoritário do PS, apontamos a luta dos povos contra os ultras e contra os ditames de Bruxelas2, perspectivamos a construção de uma alternativa de esquerda afirmando a atualização do nosso pensamento sobre o marxismo, o socialismo, a ecologia, o feminismo, as lutas LGBTI+ e o antirracismo3. O caminho valeu a pena e continuaremos a aprofundar o contributo desta tendência marxista para tornar mais forte o Bloco de Esquerda. Repetimos a expressão de Marx: a emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos trabalhadores. Hoje, face aos desafios que se apresentam com o crescimento extrema-direita, a complexa relação com o Partido Socialista, a pesada hegemonia do consenso neoliberal, as perdas da esquerda radical e a viragem do espectro político à direita, a Esquerda Alternativa reafirma a sua reflexão ideológica no campo do marxismo e promove um amplo debate sobre os caminhos da luta a percorrer. A luta difícil que queremos trilhar só pode partir da desconstrução, da reflexão e do debate que estrutura a ação.
XI Assembleia da Esquerda Alternativa
Podes consultar nesta ligação as Bases para teses apresentadas pela direção da Esquerda Alternativa.
Contamos com a tua participação.
Polícia bom e polícia mau, as duas caras da agressão capitalista
Resolução da Direção Nacional - 2023/10/15
1- Polícia bom e polícia mau, as duas caras da agressão capitalista
A burguesia mundial está desalinhada. Apesar da crise crónica do sistema económico, com queda constante da taxa de crescimento, a burguesia não está desalinhada sobre o objetivo mas sobre o meio. Não sobre o fim a atingir, mas sobre a forma de lá chegar.
De um lado os negacionistas das alterações climáticas que pretendem a continuação do mesmo modelo de extração e produção; do outro lado, os do capitalismo verde que, sob a suposta capa do ambientalismo, fundam novos produtos e mercados onde, no fim de contas, se perpetuam as mesmas relações de exploração laboral e a mesma lógica de reprodução incessante de capital que é insustentável. De um lado os ultra-conservadores, de agenda reacionária mais carregada; do outro, os ultra-liberais, com o seu programa de desigualdade social, degradação das respostas sociais do Estado e violência económica.
X Assembleia da Esquerda Alternativa
A proposta de teses "Construir a alternativa de esquerda, ampliar o campo progressista", apresentada pela direção da Esquerda Alternativa, pode ser lida aqui. O regulamento e o regimento da Assembleia podem ser encontrados aqui.
Contamos com a tua participação.
Construir a alternativa de esquerda, ampliar o campo progressista
Proposta de teses à X Assembleia da Esquerda Alternativa
Os tambores da guerra
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A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022. O discurso que Vladimir Putin dirigiu ao país, no dealbar da invasão, transbordava apetites imperialistas. As acusações a “Lenine e seus camaradas” pelo desmembramento do império russo, as referências saudosistas à “mãe Rússia”, são apontamentos de um discurso que descreveu a Ucrânia como “uma aberração política, histórica e cultural”. O aspirante a czar deu a ordem de ataque e a brutalidade da máquina de guerra russa, ainda que com dificuldades relevantes nas suas manobras, levou a uma agressão violenta à Ucrânia, forçando o êxodo de milhões de pessoas.
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Não há relativismos passíveis de normalizar a invasão russa. Registamos as movimentações da NATO ao longo das últimas décadas, o seu alargamento a leste e a sua escalada militar. A NATO é o braço armado do imperialismo dos EUA, que teve Salazar como um dos seus fundadores - tendo assim contribuído para legitimar a ditadura fascista do Estado Novo na cena internacional - e com um longo cadastro de violações do Direito Internacional: da Jugoslávia ao Iraque. No entanto, a mesma lei e o direito internacional foram violados pela Federação Russa, o mesmo tipo de mentiras são usadas para justificar a guerra na Ucrânia e a mesma Carta das Nações, consagradora do direito dos povos à autodeterminação, é posta em causa. No passado tínhamos claro que “Nem NATO, nem Pacto de Varsóvia” servem a paz entre os povos, hoje com a mesma firmeza afirmamos “Abaixo todos os imperialismos”.
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A confusão de alguns partidos à esquerda sobre as raízes da guerra na Ucrânia e a relativização das ações de Putin são erros de análise que penalizam toda a esquerda. Rejeitamos esse caminho. Da Coreia do Norte à China, de Angola à Rússia, nunca deixamos de apontar o dedo quando liberdades são atropeladas, o Estado de Direito é ignorado ou a oligarquia impõe a sua lei férrea. Do Ruanda a Timor-Leste defendemos o direito à autodeterminação dos povos e o mesmo defendemos para o povo Ucraniano. Do Saara Ocidental à Palestina não equiparamos a resistência do ocupado à agressão do ocupante. Com este património de lutas e posições, não confundimos o agressor e o agredido, não aceitamos a paz da potência ocupante, definida por quem trouxe a guerra. Exigimos uma conferência de paz mediada pelas Nações Unidas, que não olhe aos interesses destes ou daqueles oligarcas, e um cancelamento da dívida externa ucraniana para permitir a justa reconstrução do país. Em 2017 avisámos que “não é de excluir que se agudizem diversos conflitos na definição de quem dá as cartas na geopolítica mundial” e que a guerra poderia estar à espreita. Quando a guerra chega, não nos enganamos de que lado estamos: do lado dos povos e da paz.
Formação Socialista da Esquerda Alternativa
Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScLsGboi1ln_4Up2K8efYtDYgBzUg0vhBmSSb6rjTiGUr8SKw/viewform
Programa
14 março, 15h → Que fazer? O socialismo pelo qual lutamos.
Com: Luís Fazenda (ver intervenção) e Joana Mortágua (ver intervenção)
Moderação: Ana Isabel Silva
01 de abril, 18h → O 25 de Abril e a Revolução Portuguesa
Com: Manuel Loff (ver intervenção)
Moderação: Tomás Marques
2 de maio, 21h → Descolonizar Portugal
Com: Elsa Peralta e Beatriz Gomes Dias
Moderação: Leonor Rosas
5 de junho, 21h → Tem a esquerda ainda algo a aprender com o pensamento de Lenine?
Com: Manolo Monereo e Pedro Filipe Soares
Moderação: Isabel Pires
Para mais informação, podes entrar em contacto connosco através do email Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Vencer Todos os Trumps
Nos próximos dias 5 e 6 de dezembro, pelas 15h, realiza-se o encontro de jovens online "Vencer Todos os Trumps". Inscrições obrigatórias através deste formulário.
O projeto político da extrema-direita tem vindo a ganhar força por todo o mundo, consequência direta das sucessivas crises do neoliberalismo. No entanto, vimos Trump a perder as eleições presidenciais e Bolsonaro a ser derrotado nas eleições municipais.
Em Portugal, a direita tradicional legitima a extrema-direita e prepara-se para lhe abrir a porta do poder. Pela Europa, Le Penn e Salvini continuam a ganhar força através de uma agenda racista, xenófoba, misógina e antidemocrática.
Como socialistas, feministas, antirracistas e antifascistas, é nosso dever combater a extrema-direita e todas as formas de discriminação. Reconhecemos a necessidade de construir uma alternativa de esquerda, socialista e democrática.
Junta-te a nós! Participa no encontro de Jovens da Esquerda Alternativa!